editorial

Otimização ou muleta?

O bom uso da IA exige o chamado "letramento digital", expressão cada vez mais presente nas empresas, mas ainda distante do cidadão comum

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O mundo da tecnologia repercutiu ontem a oscilação na operação do ChatGPT, a inteligência artificial generativa desenvolvida pela empresa estadunidense OpenAI. O site DownDetector, que monitora instabilidades em portais da internet por meio de manifestações do próprio usuário, registrou o pico de reclamações no início da manhã de ontem.


As manifestações nas redes sociais mesclaram os já conhecidos memes e lamentações de quem usa a plataforma no expediente laboral. Uma problemática, no entanto, chama a atenção: estamos muito dependentes da inteligência artificial? Ainda conseguimos executar nosso trabalho com a mesma qualidade de outrora sem esse auxílio?


A discussão sobre a IA merece cada vez mais espaço em nossa sociedade. Em primeiro lugar, é preciso entender que ela existe para otimizar nosso trabalho, não substituir o raciocínio que somente os humanos possuem.


O bom dessa tecnologia a diretamente pela elaboração de prompts (as requisições que fazemos na caixa de busca de cada IA) eficientes. A receita ideal exige um detalhamento do problema que a maioria dos usuários dispensa, optando por perguntas rápidas e superficiais. O resultado trazido pela IA é superficial na mesma proporção e leva o usuário a cometer erros que, sem a expertise necessária, pode custar retrabalho, dinheiro e até mesmo uma demissão.


O bom uso da IA exige o chamado “letramento digital”, expressão cada vez mais presente nas empresas, mas ainda distante do cidadão comum. É preciso entender que os modelos de inteligência artificial são matemáticos e trabalham com probabilidades para alcançar respostas para problemas com base no imenso mundo dos dados. O alerta sobre o mau uso da IA é válido justamente porque essa tecnologia tem um potencial transformador em nossa sociedade, quando bem usada.


Ontem, por exemplo, o Google anunciou, em evento realizado em São Paulo, a integração do Nowcasting ao seu buscador. Traduzindo: a big tech vai oferecer previsões do tempo de maneira muito mais assertiva do que antes, por meio de um modelo de IA capaz de antecipar chuvas de alta intensidade 12 horas antes, a partir de uma atualização a cada 15 minutos.


Essa iniciativa, se bem usada pelo poder público, pode ser mais uma ferramenta para evitar tragédias como as ocorridas em várias cidades brasileiras todos os anos. A IA usa dados enviados via satélite e observações terrestres para prever eventos temporais, mesmo em regiões onde há dados limitados e pouco alcance de radares meteorológicos.


No mesmo evento, o Google anunciou que duas novas soluções com IA integrada para frear os casos de furto e roubo de smartphones. Os bloqueios remoto e de detecção de roubo serão ativados por padrão em novos celulares Android configurados no Brasil até o fim do ano. A ideia é detectar se alguém pega o aparelho da mão da vítima de maneira abrupta e foge. Quando isso acontece, a tela do celular é automaticamente bloqueada para impedir o o do ladrão aos dados do dispositivo.


Para além da boa vontade do usuário para procurar informações confiáveis e usar a IA corretamente, parte das políticas de letramento digital depende do próprio poder público. É importante que estados, municípios e a União pensem em parcerias com entidades e especialistas para capacitar a população sobre esse potencial.

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