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Professor conta como conseguiu escapar do massacre em escola na Áustria

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Um professor relatou, nesta quarta-feira (11), como conseguiu fugir de uma sala de aula vazia de uma escola na cidade austríaca de Graz, após se encontrar nos corredores com o autor do massacre em que morreram dez pessoas.

"Estava sozinho em uma sala de aula", explicou à AFP Paul Nitsche, professor de religião, não muito longe do local da tragédia.

"Estava trabalhando com a porta entreaberta e houve uma detonação. A princípio, não dei atenção", acrescentou. 

Foi, então, que ouviu as cápsulas caírem no chão. "Alguma coisa me sacudiu por dentro, levantei repentinamente e decidi correr".

"Saí correndo rapidamente pelo corredor, que só tem alguns metros de comprimento, e depois desci as escadas", prosseguiu.

Foi quando este pastor evangélico viu o autor do massacre no corredor do andar de baixo.

"Estava tentando abrir uma porta com seu fuzil", conta. 

"Estava ocupado... E eu tampouco olhei muito", explica o professor.

"E enquanto descia correndo as escadas, pensei: 'Isto não é real, é um filme'", prossegue.

Mas, quando "vi um aluno estendido no chão e uma professora ali, entendi".

"Acho que os serviços de emergência chegaram um ou dois minutos depois, graças a Deus", lembra.

O que mais impressionou Nitsche foi o silêncio inquietante que reinava na escola. "Havia um silêncio total. Não havia gritos, nada. Não era como a escola costuma ser", conta.

Seis moças e três rapazes, com idades entre 14 e 17 anos, morreram no ataque. Uma professora não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

- "Chorar em paz" -

Nesta quarta-feira, em frente à sala colocada à disposição dos estudantes, vários adolescentes, muitos vestidos de preto, vêm e vão. A maioria preferiu ficar em silêncio.

E quando falam, é para pedir respeito ao seu luto.

"É incrivelmente difícil", diz Ennio, estudante da escola. "Quero pedir de todo coração à imprensa que nos deixem chorar em paz".

A mensagem "Solidariedade" surgiu por todo o país. Às 10h locais (05h de Brasília), horário da tragédia, foi respeitado um minuto de silêncio.

Bandeiras pretas foram hasteadas em frente à Ópera de Viena e em edifícios públicos.

"Queremos mostrar aos que choram que não estão sozinhos e que sofremos com eles", disse Michael Saad, estudante de 22 anos em uma vigília organizada na noite de terça-feira no centro de Graz. 

Até o momento, desconhecem-se as motivações do autor do massacre, um austríaco de 21 anos, que se suicidou em um banheiro após o ataque.

Em sua casa foram encontrados uma bomba caseira e um plano de atentado frustrado.

O jovem, que não tinha ficha na polícia, era ex-aluno da escola, que abandonou sem conseguir o diploma. 

Ele morava com a mãe, que o criou sozinha em um bairro tranquilo de Kalsdorf, a meia hora de carro de Graz. 

O vídeo e a carta de despedida que ele deixou não dão pistas sobre suas motivações.

"Usando boné e fones de ouvido, não dizia nem bom dia", conta Thomas Gasser, funcionário de um supermercado de 38 anos, que mora em frente.

"Nada mais será como antes", lamenta o vizinho, ainda marcado pela intervenção, na véspera, das forças especiais, que foram revistar o apartamento da família. 

"Aqui todo mundo se conhece, vai ser difícil superar", diz Anna Slama, vereadora de Graz.

jza-bg-anb/clr/es/mb/mvv/aa

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