Reino Unido e UE chegam a acordo de livre circulação de bens e pessoas para Gibraltar
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Siga noO governo britânico e a União Europeia chegaram a um acordo de livre circulação de bens e pessoas entre o território britânico de Gibraltar e a Espanha, anunciaram nesta quarta-feira (11).
O Reino Unido deixou a União Europeia em 2020, mas sem resolver a relação entre o bloco europeu e Gibraltar, historicamente uma base militar para os britânicos devido à sua posição na entrada do Mar Mediterrâneo.
O acordo, ainda pendente de ratificação, prevê a eliminação de "todas as barreiras físicas, verificações e controles sobre pessoas e mercadorias que circulam entre a Espanha e Gibraltar", informaram a União Europeia e o Reino Unido em um comunicado conjunto.
As conversações entre Londres, Madri, Bruxelas e Gibraltar sobre um acordo avançaram de forma irregular durante o governo conservador britânico anterior, mas a chegada dos trabalhistas no ano ado deu novo impulso.
"Um marco verdadeiramente histórico: um acordo político UE-Reino Unido sobre o futuro relacionamento em relação a Gibraltar. Isso beneficia a todos e fortalece um novo capítulo na relação", escreveu em X o responsável pelo Comércio da UE, Maros Sefcovic.
"O avanço de hoje fornece uma solução prática após anos de incerteza", disse o ministro britânico de Relações Exteriores, David Lammy, em um comunicado.
"Junto com o governo de Gibraltar, alcançamos um acordo que protege a soberania britânica, apoia a economia de Gibraltar e permite que as empresas voltem a planejar a longo prazo", acrescentou.
O ministro principal de Gibraltar, Fabian Picardo, disse estar "encantado" com o acordo, que proporcionará "segurança jurídica ao povo de Gibraltar, aos seus negócios e a todos aqueles da região que confiam na estabilidade na fronteira".
Cerca de 15.000 pessoas, na sua maioria espanholas, cruzam diariamente a fronteira para trabalhar neste território britânico de cerca de 34.000 habitantes.
A Espanha cedeu Gibraltar à Coroa britânica em 1713 como parte do Tratado de Utrecht, mas nunca deixou de reivindicar sua soberania sobre o rochedo, o que gera tensões recorrentes entre Madri e Londres.
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