MAUS-TRATOS

BH: família flagra cuidadora agredindo idosa acamada

O caso foi descoberto no último sábado (7/6), quando a família revisou as imagens da câmera de segurança e flagrou as agressões

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Uma idosa de 78 anos, acamada e totalmente dependente, foi vítima de agressões físicas dentro da própria casa, no Bairro Vale do Jatobá, Região do Barreiro, em Belo Horizonte. A violência foi registrada por câmeras de segurança instaladas pela família, que desconfiou de atitudes agressivas da cuidadora contratada havia cerca de sete meses. A profissional, de 53 anos, foi flagrada empurrando a cabeça da idosa contra uma poltrona e enfiando comida de forma violenta em sua boca.

Segundo a filha da vítima, a cuidadora havia sido recomendada por outras famílias da região. Antes da contratação, ela ou por entrevistas e testes conduzidos por uma das filhas, que é psicóloga. Nada indicava comportamento inadequado.

As agressões, segundo a família, começaram a ser percebidas de forma sutil, por meio de gestos ríspidos e justificativas duvidosas sobre hematomas no corpo da idosa. A cuidadora alegava que os machucados seriam resultado da pele sensível da paciente, que sofre de Parkinson avançado e demência.

  

O caso foi descoberto no último sábado (7/6), quando a família revisou as imagens da câmera e flagrou os maus-tratos. A Polícia Militar foi acionada e a cuidadora foi levada para atendimento na delegacia. Conforme o relato da filha, a mulher chegou a debochar da situação enquanto era conduzida por uma ambulância.

Apesar do flagrante, ela foi liberada rapidamente e acabou recebendo uma pena de multa no valor de R$ 700 após audiência judicial.

Sensação de impunidade

A família diz ter se sentido desamparada e desrespeitada por parte das autoridades, especialmente pela forma como o caso foi conduzido pela Polícia Civil. Segundo a filha, a investigação foi encerrada rapidamente e não houve acompanhamento por parte da delegacia. A cuidadora teria sido ouvida e liberada antes mesmo da própria família. Para os familiares, a sensação foi de impunidade.

Além dos registros em vídeo, a idosa apresentava marcas no corpo, incluindo roxos nos braços e ferimentos no rosto. Um exame de corpo de delito foi realizado ainda no fim de semana do flagrante. De acordo com a filha, a mãe não tem condições de relatar o que sofreu, já que está completamente debilitada e sem capacidade de comunicação.

Diante da decisão judicial considerada branda, a família está reunindo documentos e deve entrar com um novo processo, agora com acompanhamento de uma advogada. A filha afirma que a intenção é evitar que a agressora volte a trabalhar com outros idosos e repita o comportamento violento.

Enquanto isso, os cuidados com a idosa foram reorganizados. A cuidadora remanescente assumiu a maior parte da rotina, com apoio dos filhos nos fins de semana.

A filha reforça o alerta a outras famílias: mesmo com referências e boas impressões iniciais, é fundamental acompanhar de perto e manter algum tipo de monitoramento. A experiência, classificada como revoltante, abalou emocionalmente todos da casa. Segundo ela, a sensação de injustiça e impunidade segue presente. “A gente faz tudo certo, trabalha, se esforça e, quando mais precisa, não tem justiça que proteja a gente”, desabafou.

O que diz a Polícia Civil

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que a cuidadora, de 53 anos, foi conduzida e ouvida na Delegacia Especial de Plantão de Atendimento à Mulher e à Família. Conforme o órgão, os responsáveis pela vítima manifestaram interesse em solicitar medidas protetivas de urgência para a idosa, que foram encaminhadas ao poder judiciário para apreciação.

Ainda segundo a PCMG, a suspeita assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), comprometendo-se a comparecer ao tribunal especial criminal em data a ser agendada.

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A corporação destacou que disponibiliza, em seu site oficial, uma cartilha com informações sobre violência contra pessoas idosas. A Polícia Civil também reforçou que qualquer delegacia ou unidade da Polícia Militar pode registrar ocorrências relacionadas a esse tipo de violação. Em Belo Horizonte, existe a Delegacia Especializada de Atendimento à Pessoa com Deficiência e ao Idoso.

 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino 
 

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