BH tem potencial, mas poucas estruturas para eventos, dizem organizadores
Profissionais apontam vantagens que o turismo de negócios poderia trazer para a capital mineira
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"Esse potencial nunca foi desenvolvido, nunca foi colocado realmente na sua plenitude", opina Eduardo Zech, diretor de marketing e operações da Panda Inteligência em Eventos. "Penso que é uma visão um tanto míope dos governantes, em nível tanto municipal quanto estadual, de não enxergar esse potencial de geração até mesmo de impostos", lamenta. "Essas empresas, essas organizações, estão, literalmente, deixando dinheiro na mesa", alerta o especialista.
Para ele, faltam espaços para públicos superiores a 1.000 pessoas. Essa é justamente a capacidade do Minascentro, de modo que a única alternativa para eventos de grande porte,acaba sendo o Expominas: "é um espaço versátil. Ele tem uma área para se montar um auditório; você consegue fazer só um congresso lá, mas, se quiser uma feira associada a um congresso, você pode alugar só um pavilhão, ou dois, ou os três pavilhões, a área de fora; ele tem várias opções", avalia.

Zech vislumbra até um terreno para receber um novo centro de eventos. "Houve, há pouco tempo, a desativação do aeroporto do Carlos Prates, e ali seria um espaço excelente para se fazer uma uma estrutura desse nível. Você tem uma condição de logística muito interessante, ao lado do anel rodoviário. Seria uma uma grande conquista para a cidade", afirma.
Rede hoteleira
Outra crítica feita por Zech vai para a rede hoteleira. Não que faltem quartos em Belo Horizonte: o problema é a ausência de empreendimentos capazes de concentrar, em um só local, várias centenas de visitantes."Você tem um, no máximo, dois hotéis na cidade que têm capacidade para hospedar 1.000 pessoas, com auditório ou algum espaço onde possa ser montado auditório", lamenta. "Isso é muito desejado quando as organizações querem fazer congressos para um público grande, porque é muito cômodo para o participante: ele simplesmente pega o elevador e já está dentro do evento", explica.
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Renato Villamarim, sócio-fundador da Guia MKT Promocional, tem opinião parecida. Para ele, Belo Horizonte é uma cidade vocacionada ao turismo de negócios, mas a demanda é maior que a oferta de espaços, principalmente nos últimos anos. "O mercado de eventos cooperativos, no pós-pandemia, voltou muito forte, muito vigoroso. O mundo está muito digital, as pessoas estão muito nas telas, então, o presencial ganhou força", elucida.
As alternativas propostas por Villamarim são a construção de um espaço aos moldes do Expominas, só que ainda maior, ou então a ampliação daquela estrutura. "O Expominas é um equipamento fundamental para a cidade, importante. Eu acho que ele tem potencial até para crescer: depende da decisão do governo em investir", sugere.
"A gente precisa de grandes equipamentos, que possam comportar eventos maiores até dos que a gente já tem hoje. Acho que esse é um grande gargalo em Belo Horizonte", prossegue o especialista. "A gente precisa, realmente, de mais estruturas de grande porte, exatamente para trazer eventos que fazem a diferença para a economia da cidade", complementa.
O que diz o poder público
A PBH pontuou ainda que desenvolve iniciativas para fomentar o setor de eventos e o turismo de negócios na cidade. Entre elas, oferece apoio financeiro para o setor, por meio do Edital de Patrocínio "Belo Horizonte - Cidade dos Eventos", e capacita profissionais via o Programa BH Receptiva. Ainda de acordo com o poder municipal, a Belotur está elaborando o Guia do Planejador, um catálogo que reunirá os espaços disponíveis para eventos técnico-científicos na capital.
A reportagem também pediu esclarecimentos ao Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, mas não recebeu resposta.
E a Serraria Souza Pinto?