Cinema

Astro de 'Parasita' brilha no filme 'Na teia da aranha', que estreia em BH

Comédia sul-coreana traz o ator Song Kang-ho como cineasta que decide refazer o final do filme que acaba de rodar

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Um filme dentro de um filme. Ou melhor, uma comédia dramática sobre percalços na produção de uma obra-prima. A metalinguagem é o principal recurso narrativo utilizado pelo diretor Kim Jee-woon no longa sul-coreano “Na teia da aranha”, que estreou no Festival de Cannes em 2023 e chega a Belo Horizonte nesta quinta-feira (12/6), com sessões no UNA Cine Belas Artes.

Na trama, o cineasta Kim Ki-yeol (papel de Song Kang-ho, protagonista de “Parasita”, vencedor de quatro Oscars em 2020) concluiu recentemente as gravações de seu novo projeto. Está construindo a carreira como diretor, após assumir o legado de seu mestre Shin (Jung Woo-sung), cineasta que morreu em incêndio tentando gravar a cena perfeita.

Kim Ki-yeol conquistou público e crítica com o filme de estreia, mas isso não ocorreu nas outras produções dele. Frustrado com as críticas e determinado a honrar a memória de Shin, é atormentado por visões de um final alternativo para o novo longa, já concluído. Convencido de que precisa de outras ideias para lançar o filme perfeito, decide refazer a conclusão da história.

No entanto, Ki-yeol se vê diante de uma sucessão de empecilhos. O estúdio está alugado para a equipe de outro filme; os atores, verdadeiras estrelinhas, têm compromissos com outras produtoras. Para piorar, a Coreia do Sul dos anos 1970, quando se a a narrativa, está sob ditadura militar e o roteiro precisa ser aprovado pela censura.

O longa de Ki-yeol é um filme noir, com direito a mistérios, traições, assassinatos, cenas em preto e branco e cenários sombrios.

Na nova versão, ele decide transformar as personagens femininas em verdadeiras femmes fatales. Porém, a ambiguidade moral deve ser despistada para enganar os censores, conservadores encarregados de aprovar a regravação.

“Na teia da aranha” se apropria de elementos do noir, como a narração em off do protagonista, mas a trama é, de fato, uma comédia.

Para terminar as filmagens em apenas dois dias, Ki-yeol se une à obcecada produtora Mi-do (Jeon Yeo-been) e a seu assistente, mas não tão fiel escudeiro, interpretado por Kim Dong-young.

O trio arma esquemas que beiram o crime. Tenta, a todo custo, incentivar os atores a colaborarem com o filme, mesmo que não o compreendam e achem que o diretor está louco ao usar uma (aparente) nova técnica: o plano-sequência.

É uma equipe difícil de lidar, em meio a segredos que colocam em risco a possibilidade de concluir o filme no prazo e com o nível que Ki-yeol almeja.

'Mocumentário'

Para acompanhar o drama interno, “Na teia da aranha” funciona como “mocumentário”, ou seja, um documentário fake, no estilo da sitcom “The office” (2005).

A câmera tem intimidade com os personagens e está presente nos momentos mais particulares e absurdos.

Enquanto am os dias de gravação, mais segredos da equipe são revelados. O diretor, que parecia ser um artista inocente em busca de redenção, mostra-se cada vez mais contraditório e manipulado pelas próprias obsessões. A cada minuto, fica mais difícil acreditar que Kim Ki-yeol, em boa atuação de Song Kang-ho, seja o narrador mais confiável desta história.

“NA TEIA DA ARANHA”

Coreia do Sul, 2023, 135min. Direção: Kim Jee-woon. Com Song Kang-ho, Lim Soo-jung, Oh Jung-se e Jung Soo-jung. Em cartaz na sala 2 do UNA Cine Belas Artes, às 18h25.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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