
De olho na TV
Gostava de ver novela, mas atualmente o longe. Tenho uma reclamação: a programação não inclui filmes importantes, fica só no segundo time
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A imprensa e a TV são sempre portas de entrada para assuntos variados, conhecidos ou desconhecidos. As fotos são uma lembrança de desconhecidos que se tornam famosos com o correr dos anos. Conheci Débora Bloch, por exemplo, quando era adolescente. Hoje, ela é notícia forte, estrela da novela “Vale tudo”.
A atriz nasceu em Belo Horizonte, onde morou na companhia do pai, Jonas Bloch, que tocava uma loja de móveis na Rua Rio de Janeiro, que acabou fechando. Lojistas de móveis nunca vão muito longe nesta cidade, pois competem com outros que produzem o que vendem e por isso podem cobrar mais barato.
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Jonas era ligado ao movimento teatral mineiro. A filha vinha ao jornal falar comigo sobre trabalhos dela e do pai. Adolescente, tinha os traços bonitos que conserva até hoje na reedição de “Vale tudo”. Odete Roitman, a personagem de Débora, é ligada à ganância e à corrupção. Fez muito sucesso em 1988, quando a atração estreou.
Confesso que naquela época gostava de ver novela, mas atualmente o longe. A nova versão da Globo não conquistou o lugar que a estação imaginava. Os índices de audiência estão bem aquém do esperado.
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Filmes começaram a ser exibidos aos borbotões em diversos canais, eu imagino que por isso as novelas não despertem o mesmo interesse de antes.
Como sou mais chegada em filmes, tenho uma reclamação: a programação não inclui títulos importantes, fica só no segundo time. Mesmo assim, eles ainda são melhores do que as novelas.
Porém, se novela das sete da Globo sempre foi do tipo “cobre buraco” à espera do “Jornal Nacional”, a atração exibida atualmente, “Dona de mim”, tem bom nível e traz como personagem principal a atriz negra Clara Moneke, novidade em elencos da programação televisiva.
Outra coisa que vem me chamando a atenção é o fato de palavrões serem ditos agora sem aquelas reticências substituindo o vernáculo original. Substituição, aliás, que sempre considerei uma tolice total.
Outro sinal de evolução é a abordagem, com naturalidade, do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Acredito, mas não tenho certeza, que pode ter contribuído o fato de um governador do Sul ter registrado outro homem como parceiro de vida, dizendo que isso não tem nada a ver com seu valor como político atuante.
Durante minha mocidade, gays eram praticamente ignorados socialmente como parceiros. Quando se uniam, ficava pior. Eram considerados personagens que ameaçavam a organização familiar e só não eram erradicados de seu meio porque se falava deles em baixo tom. Ninguém tinha coragem de verbalizar a orientação sexual de um parente, como se fosse praga familiar.
Sou contra essa prevenção. Alguns dos melhores amigos que tive ao longo da vida não escondem, por felicidade e inteligência, sua orientação sexual.
Amigo é amigo, família é família, não importa a orientação sexual. O mais importante é a qualidade daquela pessoa como gente.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.